O Grito da Gaivota
Emmanuelle Laborit
Este é, sem dúvida, um livro obrigatório para quem quiser fazer uma viajem no "Mundo do Silêncio" e perceber um pouco melhor o que é ser Surdo.
"O Grito da Gaivota" confronta-nos com uma realidade que em geral pouco conhecemos. Convida a partilhar as experiências, tantas vezes dolorosas, do dia-a-dia dos que vivem envoltos no silêncio e na incompreensão.
Emmanuelle Laborit é a protagonista deste testemunho, marcado pela memória de um crescimento diferente. A escritora é surda profunda e através deste livro relata a história pessoal de alguém que sempre viveu no silêncio e que nunca conseguiu viver à distância da comunicação.
Gaivota em francês "muette", confunde-se com "muette", muda. Foi a alcunha que a família pôs a Emmanuelle Laborit quando esta em pequena se esforçava por comunicar.
Uma das ideias essenciais da obra consiste na defesa da lingua gestual como um meio de comunicação tão eficaz como a linguagem oral. Trata-se do primeiro livro escrito por um surdo destinado a surdos e ouvintes. Um relato intenso de uma vida vista pelos olhos de uma menina e contada pelo sentir de uma mulher.
Surda de nascença defrontou-se com as mais diversas dificuldades inerentes a esta lacuna biológica, no entanto a descoberta da Língua Gestual foi para si "a luz ao fundo do túnel". Laborit seguiu o caminho da liberdade o que lhe permitiu subir aos palcos, sendo agraciada como actriz revelação em 1993 com o Prémio Molière pelo seu desempenho na peça teatral Os filhos do Silêncio.
. epajesus