Gosto do silêncio
Mas o silêncio da ausência do som.
Não o da alma
O silêncio da alma é tristeza, solidão
O silêncio da falta de barulho é calma, despoluição
Quero o silêncio do encontro dos olhos
Da cumplicidade
O silêncio do toque que protege
Do beijo que sacia
Da vida que acontece apenas nos sentidos
Do encontro das almas
Do entardecer a dois, sem palavras, apenas toques
Quero o silêncio que compromete
O silêncio que tudo diz
Acordar junto
Adormecer abraçado sem nada precisar dizer
Quero o silêncio dos corpos a se completar
Todas as curvas se encontrarem
Quero o silêncio do ouvir apenas o respirar.
Todos os silêncios
Deliciosos, únicos.
Kátia Christofoletti